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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Simplesmente Eu

Para quem tinha saudades de me ver...




Talk to the Hand

...Cause the face ain't listening...

Big Boss:

me Me ME MEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

Malta do bairro

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cabo Ledo


O fim-de-semana passado fomos todos até Cabo Ledo que fica 120 Km a Sul de Luanda. Adorei a nossa estadia, melhor era impossível...

A saída de Luanda via Samba estava complicada devido a obras, o que nos forçou a apanhar um desvio pelo meio do musseque:


Como é habitual as ruas são causa de dores de costas (especialmente quando as suspensões do Pajero já não existem):

Esta foto é do museu da escravatura de Angola que está localizado no local do antigo comércio de escravos:

A zona de Benfica, conhecida pelo mercado de artesanato e pelas barracas de fruta à beira da estrada:

Após três horas de condução para fazer 60 Km finalmente chegámos à ponte do Rio Kwanza (que por sinal tem portagem) e atravessámos para a Província do Bengo:


Ainda antes de chegar a Cabo Ledo tive hipótese de ver a magnifíca vista do Miradouro da Lua, onde os efeitos da erosão nas rochas são dignos de registo:

Finalmente em Cabo Ledo, passámos por uma aldeia de pescadores. As crianças deste país são fascinantes. Sempre bem dispostas e curiosas. Já os pais têm uma certa falta de originalidade ao darem o nome de Gasosa a 99% dos filhos...

Esta foi a praia onde estavam os nossos bungalows para a noite de sábado, claro que não se compara à praia de Buarcos, mas...

Mais especificamente esta era a vista do bungalow:

O complexo turístico do Sr. Queiroz estava bastante povoado de animais e os cães, ao contrário dos macacos, eram muito amistosos e queridos:

O bungalow da direita foi onde fiquei hospedado. Achei inadmissível ter que andar 5 metros para mergulhar no mar. Não sei como é possível de sobreviver nestas condições:



Mais um pôr-do-sol em África...




Este era um dos macacos do complexo, e a Sra. Dona Macaca Sua Mãe fez o favor de morder ao Rui e à Sylvie:

Na ida para o complexo turístico de Cabo Ledo de Abajo cruzámo-nos com mais crianças da aldeia. Dá mesmo vontade de pegar nelas e trazê-las para casa

O Rui fez a alegria das crianças ao sair do carro e distribuir maçãs por todas...


Depois de almoço decidimos ir conquistar o complexo turístico rival e após um cerco de várias horas acabámos com os seus mantimentos e conseguimos entrar vitoriosamente na avenida das palmas a tempo de mais um pôr-do-sol:

Just another sunset in Africa...



Com mais um regresso bastante atribulado (mais 3 horas de trânsito, multas, todo-terreno, acidentes, etc) lá conseguímos voltar a Luanda, cansados mas todos com um sorriso na cara



quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Um sincero obrigado

Acabo de chegar da clinica de Alvalade, onde tive de ir depois de um episódio febril e com fortes suspeitas de paludismo. Felizmente o teste da gota deu negativo e deve ser só uma gripe, amigdalite ou gastroentrite (a médica não tinha bem a certeza!).

Tenho de agradecer a três pessoas que foram fantásticas no seu apoio. Foram buscar-me a casa e obrigaram-me a ir à Clínica. Sabe muito bem ter alguém que cuide de nós quando estamos mal e sabe ainda melhor quando estamos numa terra longínqua onde as condições não são as melhores. Por isso muito obrigado Inês, Andreia e Elisabete.

Se no Sábado passado o mote era a "quebratura do circulo", hoje tivémos um reforço do círculo! Não é todos os dias que três pessoas abdicam do seu sono (e da TV) para me acompanharem ao Médico. Foi um pequeno desabafo num dia bastante difícil. Vou tentar dormir (a febre já está nos 37,8º) para ver se consigo ir trabalhar amanhã. O tempo é escasso e uma baixa nesta altura complicaria muitíssimo o projecto.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ebony & Hedonism

EBONY
Adjective:
1. Of a very dark black [syn: ebon]
Noun
1. A very dark black [syn: coal black]
2. Hard dark-colored heartwood of the ebony tree; used in cabinetwork and for piano keys
3. Tropical tree of southern Asia having hard dark-colored heartwood used in cabinetwork

&

HEDONISM
Noun:
1. Pursuit of or devotion to pleasure, especially to the pleasures of the senses.
2. Philosophy: The ethical doctrine holding that only what is pleasant or has pleasant consequences is intrinsically good.
3. Psychology: The doctrine holding that behavior is motivated by the desire for pleasure and the avoidance of pain

These two words can best describe life in the city of Luanda. After 50 years of a dreadful war Angola is recovering its joie de vivre. It stands as a land of hedonists and nouveaux-riches, everything revolving around money and power. I have never seen such a huge rate of luxury SUVs and Hummers per square-meter in a country where most of the population still lives bellow the poverty line…

Luanda fulfills all your senses in a good (and sometimes bad) way: The African music of Kizomba, the Muamba with Funge and the famous Jindungo, the bay of Luanda seen from the island at night, the Tarrachinha dance and the scent of Africa make living in this city a very strong and sometimes emotional experience. I’ve surpassed the initial shock and awe and finally relaxed from all the fears and precautions you must have when living here. This weekend I started to drive on my own and had my second experience with the cops. After making a wrong left turn and being stopped by a man armed with an AK-47 I had to pay them a “gasosa” (bribe) of 100 USD to be able to leave. Notwithstanding the evening turned out to be very pleasant starting with a BBQ at JC’s cúbico and finishing at my favorite place of Luanda the Eden club.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

No Comments

Bem, tinha de colocar esta foto no blog... O penteado é digno de registo e da competição de penteados que irá ter lugar no Miami dia 26 de Outubro...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Barra do Dande (com Fotos)

Depois do meu segundo fim-de-semana em Angola o retorno ao trabalho não podia ser mais pacífico. Para muitas pessoas o fim-de-semana começa na Quinta à tarde e acaba na Segunda depois de almoço. O que me leva a pensar quem é que realmente aproveita a vida…

O fim-de-semana foi passado com a minha família adoptiva de Angola. No Sábado, os Papás da Rita levaram-me a provar comida típica Angolana em um delicioso buffet numa praia perto de Belas. Tentei comer um bocadinho de tudo mas foi impossível devido à quantidade de pratos diferentes. Foi também nessa tarde que aprendi a distinguir a madeira de Ébano verdadeira das falsificações num mercado de artesanato. O dia passou rápido e pouco tempo depois estava sentado à mesa da mítica casa do F.C.P. de Luanda para mais um Jantar/Jogo/Convívio. Como é óbvio já preenchi a ficha de sócio e em breve serei a mais recente adição à família Portista de Luanda. Escusado será dizer que o jantar (de tripas à moda do porto) se prolongou noite dentro com uma incursão ao Chill-Out na ilha de Luanda.

No dia de Domingo fui até à Barra do Dande. A saída de Luanda foi morosa, como sempre, e passei finalmente junto aos musseques…
…que se perdem de vista

Durante a viagem houve tempo para apreciar a paisagem e comprar fruta numa das inúmeras banquinhas à beira da estrada:
Ao chegarmos à Barra do Dande (onde desagua o rio Dande), almoçamos numa barraca. Ao ver o sitio pensei: “É desta que o meu estômago vai dar de si”.
Confesso que as jantes a servirem de grelhadores e o chão de terra batida não me impressionaram pela positiva. Acabei por comer três lagostas que estavam fantásticas.
Ou não fossem os meus cicerones verdadeiros connaisseurs da gastronomia Africana
Finalmente chegámos à praia da Barra do Dande onde encontrei a Inês e os seus amigos:
Após uma breve conversa e um café seguimos viagem até ao complexo turístico da Turitanga para ver as famosas ilhas flutuantes das lagoas. A ilha que vêem na foto atravessa a lagoa de um lado ao outro tendo um movimento de rotação e de translação:

A paisagem foi a mais bonita que vi em África até ao momento, com o rio Dande a serpentear pelo meio da planície deixando um rasto de palmeiras e vegetação por onde passa:
O regresso a Luanda foi feito a dormir uma vez que o cansaço era muito. Cheguei a casa estoirado, com a sensação de um fim-de-semana muito bem passado. Entre trabalho, jantares, saídas e turismo resta muito pouco tempo para dormir e outras actividades de baixo valor acrescentado (tinha de escrever algum chavão dos consultores).

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A Minha Primeira Vez nos Jardins do Éden

Uma semana depois da minha chegada a Angola cabe-me relatar a noite da minha primeira vez…

Tudo começou na Sexta-Feira dia 21 de Setembro de 2007. Após uma longa jornada de trabalho estava finalmente na altura de relaxar. Vim até casa, tirei o fato e quando pensava que a minha noite não ia passar de um filme e cama, recebo um telefonema. A voz feminina do outro lado da linha mandou-me ir preparar porque tinha chegado a altura da minha primeira vez. Imediatamente senti um formigueiro na barriga – aquele momento por que tanto tinha esperado chegara finalmente.

Fui vestir-me rapidamente e às 20:30 chegou o carro para me apanhar. Nunca mais vou esquecer a viagem até à ilha. As minhas mãos tremiam e a minha cabeça viajava a mil à hora. “Será que vai ser tão bom como toda a gente diz?”, “irei eu corresponder às expectativas?”. Finalmente chegámos ao Caribe para jantar. Este é um dos restaurantes típicos dos pulas com um menu bastante apetitoso. Ainda agora consigo sentir o sabor do peixe e do maracujá misturado com cachaça (que acalmou a minha ansiedade).

Tentei dar um ar cool, como se já andasse há bastante tempo nestas andanças. Pagámos a conta e fomos embora. A hora aproximava-se, o meu coração batia cada vez mais rápido com cada passo que dava em direcção ao Éden. Era cerca da meia-noite quando tudo aconteceu. Finalmente estava prestes a passar as portas do Éden. Fiquei feliz por saber que era o primeiro a entrar naquela noite. Após pagar os 20 dólares da praxe recebi o meu cartão e entrei. Mal conseguia acreditar que estava pela primeira vez no Éden Club na ilha de Luanda. Lugar mítico das noites de kizomba.

Após algumas bebidas a pista começou a ficar composta e depois de uma breve sessão de música MTV o dj começou a passar música africana. Foi nesse momento que pela primeira vez senti o calor das noites africanas. O ritmo e sensualidade das danças, o mexer dos corpos numa noite tropical. Passei a noite com um sorriso de orelha a orelha e aprendi os passos básicos. No rescaldo da noite (que foi bem difícil…) concluí que me safei muito bem para principiante. Sei que outras oportunidades surgirão e que quando for embora de vez também eu irei matar saudades nas noites africanas de Lisboa e Coimbra mas a minha primeira vez irá sempre ser recordada como especial e única.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Dicionário Angolano

Aqui segue um breve dicionário de Angolano retirado de outro blog (com uma ligeira edição minha).

Assim já podem perceber o endereço mambosangolanos.blogspot.com ou seja, coisas/cenas angolanas...

Ainda - não
Num diálogo para entenderem o modo de emprego da palavra:
- Chegaste a fazer o telefonema que te pedi?
- Ainda
Avilo - Amigo; Br"ó"ther
Bala - bom
Exemplo: "Esse cenário tá bala?" Tradução: A festa está a correr bem?
Bater - dar
Exemplo: - Essa discoteca agora está a bater
Bico - Pontapé
Exemplo:- Vou te dar um bico
Cenário - acontecimento, evento, reunião, ...
Cubico - casa
Dores de bexiga - dores menstruais
Desconseguir - o contrário de conseguir
Fazer banga - exibir, ostentar (roupas de marca, ouro, um carro desportivo, ...)
Gasosa - tem duplo significado na realidade, pode querer significar mesmo gasosa, tipo coca-cola, ou, na maior parte das vezes, quer dizer retribuição em kumbu (em troca de um favor)
Ginga - Bicicleta
Incomodado - doente
Kandongueiro - Taxi/Minibus que leva até 12 pax. São eles que provocam o caos no transito da cidade! Só quem cá anda sabe o que isto quer realmente dizer
Kazucuteiro - Preguiçoso
Kilapi - crédito, empréstimo
Kumbu - dinheiro
Maca, kijila - problema
Exemplo:- Não tem maca!
Malaique - tem 2 significados, pode querer dizer polícia ou que está tudo a correr mal
Exemplo 1: Os maliques vêm aí, cuidado!
Exemplo 2: Estou chateado, está tudo malaique...
Mambo - coisa, cena
Exemplo:- Esse mambo não funciona
Mangwolé - Nativo de Angola; Angolano
Matabicho - pequeno almoço
Mbaia - chapada
Mbaiar - ultrapassar pela direita
Musseque - Bairros de lata tipo favelas que rodeiam e invadem a cidade de Luanda
Salo - trabalho
Pinar - Atirar-se à água; mergulhar
Pula - Nome genérico dado aos brancos e estrangeiros que populam a ilha de Luanda
Raias - Óculos de Sol
Ruca - Carro
Tiriri - gatuno
Ya - partícula que pode e deve ser utilizada no fim qualquer frase e que tem a capacidade de a tornar facilmente compreensível para o outro lado.
Exemplos:
- Hoje não tenho nada para te dar, ya! (E eles afastam-se contentes com um sorriso nos lábios, apesar de não receberem nada)
- Essa comida é para dividires com os outros dois miúdos, ya?
- Sim madrinha, entendi.

domingo, 23 de setembro de 2007

The beggining

Caros amigos e amigas ( e alguns cybernautas desconhecidos), Assim se inicia o meu primeiro blog... Esta era uma ideia que já se vinha formando há algum tempo na minha cabeça mas devido a alguma preguiça nunca se tinha concretizado. Ao ver o blog de um colega decidi criar o meu. Confesso que começo a perceber porque tantas pessoas o fazem. O conceito de ter um pequeno sitio para partilhar com o mundo sem interferências nem deturpações agrada-me muito. O titulo do blog foi um reflexo sobre a minha personalidade e o meu destino, as duas conjugadas irão certamente proporcionar-me umas quantas desventuras (espero que pouco graves).

Tudo começou em Lisboa com uma frase no messenger "Está para arrancar um projecto em Luanda e precisam de pessoas, estás interessado?", a minha resposta foi imediata "Claro que sim". Após esta decisão começaram os preparativos: pedir o visto, ir à consulta do viajante, levar vacinas, comprar repelente e fazer a mala. Com os preparativos também começaram as confusões: muda o projecto, adia-se a viagem, vou para dois projectos, antecipa-se a viagem, afinal vou só para um, volta-se a adiar, o projecto começa já, volta-se a antecipar... Só quando estava na fila do check-in é que me apercebi que estava prestes a mudar de continente e fiquei com aquela sensação de quem estava a entrar no seu casulo para mais uma metamorfose.

Viajei com a TAAG (a tal companhia que está na lista negra da união europeia e proibidíssima de voar para a Europa) e só suspirei de alívio quando vi que o avião era da South African Airlines. Ainda antes de aterrar tive hipótese de vislumbrar Luanda pela primeira vez, a extensão dos musseques foi algo que já me tinha impressionado bastante no google earth e agora aqui estava eu a descer em direcção a eles. Vi também a famosa ilha de Luanda, onde ficam inúmeros restaurantes, bares e discotecas e da qual irei com certeza ter muitas memórias quando me for embora.

A entrada em Angola foi bem mais simples do que estava à espera. Como vinha num voo da TAAG a fila de controlo de passaportes para estrangeiros era mínima. Respondi às perguntas da praxe com as habituais mentiras: “Onde vai ficar?” – perguntou a Agente de Imigração, “No Hotel Trópico” retorqui com confiança. “Qual o motivo da estadia?” – continuou, “Turismo” – respondi eu tal como os outros milhares de pessoas que entram no país por motivos profissionais e engrandecem as estatísticas do Ministério do Turismo. Após este pequeno ritual hipócrita, esperei uma hora pela mala (sensivelmente o mesmo que se espera hoje em dia no aeroporto de Lisboa), passei pela alfandega sem nenhum tipo de problemas e finalmente saí porta fora em direcção ao motorista que me esperava.

Ao chegar à rua deparei-me com o pó tão típico de Luanda e que dá um ar amarelo e sujo a toda a cidade – noutra perspectiva o pó cria um ambiente de Outono tropical onde as folhas das plantas são castanhas e o calor é insuportável. À medida que nos aproximávamos da cidade o trânsito, outra constante de Luanda a par do pó e do calor, começou a ficar cada vez mais impossível. No cruzamento em frente ao Hotel Alvalade o motorista decidiu apanhar um atalho para não ter de fazer 150 metros até uma rotunda e fizemos a avenida do Hotel em cima do passeio esquerdo, buzinando e obrigando os transeuntes a arranjarem outro sítio por onde passarem. Trinta minutos depois entrei nos pré-fabricados a que chamo de casa no bairro da Maianga. As casas têm as condições necessárias a uma estadia confortável com excepção do isolamento sonoro, que diminui drasticamente o sentido de privacidade, e a falta de estores (outro pormenor da cidade) que permite uma inundação de luz todos os dias às 5:00 am.